domingo, 26 de julho de 2015
Resenha #16: A Menina que Roubava Livros (Markus Zusak)
Uma, roubava livros.
O outro, roubava o céu.
Ficha Técnica:
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Páginas: 480
Ano: 2005
Na Alemanha nazista, um trem corta a noite. A tosse de um menino se torna o fim e o começo da vida de Liesel Meminger, a roubadora de livros.
A Morte vaga pelo mundo ceifando as almas desacolhidas, até conhecer a menina de cabelos loiros que chorava pela morte de seu irmão, naquele vagão frio.
Tudo naquela garota magra instiga a observadora, principalmente quando Liesel rouba seu primeiro livro no enterro de seu irmão, sobre a neve gelada e devastadora.
A roubadora se vê abandonada pela mãe em uma família alemã, a qual acolhe a menina em meio à tensão da Segunda Guerra Mundial. As pessoas são oprimidas, odiadas e passam fome, enquanto Liesel possuí apenas um único vínculo com o irmão morto: um livro.
E os livros são o que conectam a menina alemã da rua Himmel com a Morte.
Tentei ler esse livro uma primeira vez, emprestado, mas logo o abandonei devido à sua escrita confusa. Felizmente, retomei a leitura por curiosidade do tema: Segunda Guerra Mundial.
A Menina que Roubava Livro nos joga bruscamente para dentro de uma paisagem em conflito, com a narradora mais mórbida de toda a literatura: a Morte.
Como o livro é narrado em terceira pessoa, as vezes a narrativa se desprende para outro personagem que faz parte da vida de Liesel, e isso deixa a história um tanto melhor, pois as pontas soltas começam a se unir a cada página.
Uma coisa complicada da história, são as inúmeras digressões que a Morte faz durante a narrativa, pulando para o futuro e para o passado, saindo da linha do tempo. Portanto, a leitura tem que ser feita com atenção, principalmente porque vários detalhes sem sentido serão explicados ao longo do livro.
O autor criou personagens muito profundos, os quais vivem seus próprios dramas pessoais ao longo do cenário devastador que é a Alemanha. Nos apaixonamos facilmente por Hans, o pai adotivo de Liesel e damos risadas gostosas com a mãe da roubadora (e sua boca muito suja).
A história tem vários pontos de clímax, e esses momentos fizeram meu coração ficar na mão. Tudo começa a dar uma reviravolta na rua Himmel no momento em que um judeu bate a porta de Liesel, transformando a vida da menina.
O novo hóspede e as descobertas da vida do pai adotivo, e até mesmo da mãe biológica, criam transformam a protagonista.
O mais impressionante do livro é a narradora, afinal, não é todo o dia em que lemos uma história contada pela Morte. A narrativa se torna extremamente crítica, e com pontos irônicos e engraçados.
A Menina que Roubava Livros, em minha opinião, é um livro revolucionário, pois nos apresenta um novo ponto de vista sobre uma das épocas mais catastróficas da humanidade, ensinando que mesmo em meio a escuridão, a esperança ainda floresce.
Para quem prefere assistir ao filme, uma boa notícia é que o livro ganhou a versão para cinema!
Nada mais condizente com esse livro do que a nota de 5 Estrelinhas!
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