sábado, 11 de abril de 2015
Projeto Vestibular: Viagens na Minha Terra (Almeida Garret)
O primeiro livro que abrirá o Projeto Vestibular do Equação, será Viagens na Minha Terra, do autor português Almeida Garret, um dos livros presentes nas listas de livros da USP e Unicamp.
O objetivo do Projeto Vestibular é ajudar, nós vestibulandos, a compreendermos melhor os livros de nossa literatura, pedidos (para nos amedrontar!) nos mais renomados vestibulares do país. Ao longo do ano, pretendo postar análises de outros livros presentes na lista da USP e Unicamp (os que prestarei esse ano), entre eles, O Cortiço, Vidas Secas, Capitães da Areia e outros, os quais poderá ver clicando AQUI e AQUI.
E agora, antes de começar com a análise, precisamos entender duas coisas bem simples sobre os livros:
1- O mais importante dos livros não é gravar cada letrinha impressa nos parágrafos, mas sim, compreender os fatos importantes da obra e mensagens relevantes, logo, o Projeto Vestibular será de análises, não de resenhas.
2- O mais cobrado entre os vestibulares (confirmado por dois dos meus professores), são as comparações entre obras, logo, a leitura de todos os livros é muito importante, aliás, como saberemos o porquê de se comparar João Fera (Til) com o Valentão Chico-Juca(Vidas Secas)? Essa era uma das questões da Fuvest!
Usando essas duas regras como mantra dos vestibulandos, vamos à análise!
Portugal, sendo por muito tempo a potência mundial e a pioneira nas navegações, teve como marco de sua literatura, o tema das viagens marítimas, narrando as diversas aventuras vivenciadas pelos navegantes, além do desejo de conquistar novas terras, e acima de tudo, propagar a cultura portuguesa para outros povos.
Entretanto, Almeida Garret usa o tema das viagens de forma contraditória, afinal, o narrador deixa bem claro que foi apenas à Santarém, ou seja, nunca saiu verdadeiramente de Portugal.
E esse é o primeiro ponto importante da obra! A personagem principal, Carlos, faz apenas uma viagem física, mas por que o nome "Viagens"?
As outras viagens feitas pela personagem são as reflexões sobre ser português um momento difícil para o país, pois ele passava por imensa crise, e já não se mostrava mais como potência mundial, sofrente de problemas econômicos, governamentais e sociais. A obra foi usada para mostrar a verdade vivida pelo povo português.
Um recurso muito usado pelo autor são as digressões, efeito de simplesmente voltar ao passado e romper com a linha de tempo que o livro seguida (muito usado por Machado de Assis, aliás, em Memórias Póstumas de Brás Cubas) , e com isso, ele compara o que Portugal já havia sido: uma potência mundial, muito rica e com terras em praticamente todos os continentes descobertos; com o que se tornou: um país em decadência.
A personagem Carlos vive, em seus relacionamentos amorosos, o conflito entre o Portugal antigo com o "atual", sendo representados por Joaninha (Portugal antigo) e Georgina (Portugal "atual"). Carlos não consegue escolher entre as duas mulheres, e isso mostra a alienação da população da época em
decidir o melhor para si.
Almeida Garret, com esse livro, nada mais quer do que conscientizar a população portuguesa, para que eles mudem a situação atual do país (isso lembra alguma coisa?), entretanto acaba a história percebendo que não há esperança para Portugal, devido à atitude negativa de seu povo.
A obra nada mais é do que uma exposição das ideias do escritor para a melhoria do país, mas que não acaba com o final feliz que esperamos.
E se você chegou aqui e está com a boca aberta em saber que aquele livro completamente complicado ( e um tanto sem sentido) que leu nada mais era do que uma forma de "revolta", bem vindo ao clube!
Espero que essa análise tenha deixado tudo bem claro!
Agradecimentos especiais para a Professora Eleusa, por ter explicado o livro e mostrada o site que foi usado para essa análise, o Guia do Estudante.
O objetivo do Projeto Vestibular é ajudar, nós vestibulandos, a compreendermos melhor os livros de nossa literatura, pedidos (
E agora, antes de começar com a análise, precisamos entender duas coisas bem simples sobre os livros:
1- O mais importante dos livros não é gravar cada letrinha impressa nos parágrafos, mas sim, compreender os fatos importantes da obra e mensagens relevantes, logo, o Projeto Vestibular será de análises, não de resenhas.
2- O mais cobrado entre os vestibulares (confirmado por dois dos meus professores), são as comparações entre obras, logo, a leitura de todos os livros é muito importante, aliás, como saberemos o porquê de se comparar João Fera (Til) com o Valentão Chico-Juca(Vidas Secas)? Essa era uma das questões da Fuvest!
Usando essas duas regras como mantra dos vestibulandos, vamos à análise!
Viagens na Minha Terra está entre uma das obras de Almeida Garret, o escritor que deu o "pontapé inicial" do Romantismo em Portugal, logo ele é um escritor de grande relevância para a nossa literatura.
Tida como obra única no Romantismo português por sua estrutura e linguagem inovadoras, Viagens na minha terra é um marco para a moderna prosa portuguesa e um importante documento de referência para entender a decadência do império português.
Fonte: Guia do Estudante

Entretanto, Almeida Garret usa o tema das viagens de forma contraditória, afinal, o narrador deixa bem claro que foi apenas à Santarém, ou seja, nunca saiu verdadeiramente de Portugal.
E esse é o primeiro ponto importante da obra! A personagem principal, Carlos, faz apenas uma viagem física, mas por que o nome "Viagens"?
As outras viagens feitas pela personagem são as reflexões sobre ser português um momento difícil para o país, pois ele passava por imensa crise, e já não se mostrava mais como potência mundial, sofrente de problemas econômicos, governamentais e sociais. A obra foi usada para mostrar a verdade vivida pelo povo português.
O pano de fundo em Viagens na minha terra é a Revolução Liberal. Grosso modo, as ideias liberais surgiram como oposição ao monarquismo, ao mercantilismo e ao domínio religioso. Portugal, na época um país monarquista com fortes raízes católicas, via qualquer ideia liberalista como antinacional.
O país já estava enfrentando diversas crises (as invasões de Napoleão e crise do colonialismo no Brasil) e o embate entre Miguelistas (favoráveis ao monarquismo absolutista de então) e Liberais acabou por gerar uma guerra civil, em 1830. O embate terminou com uma vitória dos Liberais e a restauração da monarquia constitucional.
Fonte: Guia do Estudante

A personagem Carlos vive, em seus relacionamentos amorosos, o conflito entre o Portugal antigo com o "atual", sendo representados por Joaninha (Portugal antigo) e Georgina (Portugal "atual"). Carlos não consegue escolher entre as duas mulheres, e isso mostra a alienação da população da época em
decidir o melhor para si.
A personagem protagonista Carlos, aparece como símbolo deste embate entre tradição (monarquismo) e modernidade (ideias liberais). Carlos não consegue se decidir entre Joaninha (que representa o velho Portugal) e Georgina (representante do novo Portugal). Por fim, o protagonista acaba por desistir de ambas, perdendo sua identidade e sua moral. Carlos termina como uma representação de uma sociedade alienada e degradante.
Fonte: Guia do Estudante
Almeida Garret, com esse livro, nada mais quer do que conscientizar a população portuguesa, para que eles mudem a situação atual do país (isso lembra alguma coisa?), entretanto acaba a história percebendo que não há esperança para Portugal, devido à atitude negativa de seu povo.
A obra nada mais é do que uma exposição das ideias do escritor para a melhoria do país, mas que não acaba com o final feliz que esperamos.
E se você chegou aqui e está com a boca aberta em saber que aquele livro completamente complicado ( e um tanto sem sentido) que leu nada mais era do que uma forma de "revolta", bem vindo ao clube!
Espero que essa análise tenha deixado tudo bem claro!
Agradecimentos especiais para a Professora Eleusa, por ter explicado o livro e mostrada o site que foi usado para essa análise, o Guia do Estudante.
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